O DRAMA DA LICENÇA AMBIENTAL
Se essa barragem se rompesse,
o cronista não
estaria aqui hoje para contar a história
|
No primeiro governo Lula, ele
ficou desesperado com sua ministra do Meio ambiente, Marina Silva. Não saiu
licença alguma das prioridades de Lula, como as hidrelétricas. Até um bagre
atrapalhou uma de suas obras.
A
atual ministra Izzabela Teixeira, bióloga por formação e tendo passagem por
vários cargos públicos, onde não se elabora, não se executa, não se projeta nada
referente ao meio ambiente, notabilizou-se pelos gastos excessivos em diárias
para viagens internacionais.
O
que ocorre com esse pessoal do meio ambiente é que são todos funcionários
públicos, pulando de um galho para outro como Carlos Minc e especializados em
escrever condicionantes, copiados de algum país mais adiantado que o Brasil. Ainda
bem. Dilma, que pensa que é uma técnica e uma gerentona, exclamou diante do Rio Pardo “morto”: vou deixa-lo
melhor do que era. É a voz latejante de Lula em seus ouvidos: “nunca antes....”
Enfim,
o drama das licenças ambientais é que esse pessoal, ocupando cargos para os
quais não tem a devida qualificação e conhecimento do assunto mais atrapalha do
que ajuda o desenvolvimento.
Enquanto
o governador do Espirito Santo, Hartung, afirma que a lama já se espalhou por
70 km até a Bahia, a ministra Izzabela diz que não passa de 10 km, ainda no
litoral do ES. Todos tem direito ao seu palpite.
Quando
a Alunorte contratou o projeto básico da sua fábrica de alumina em Barcarena –
PA, com a NAAC/ALCAN, o depósito de rejeitos tinha o nome pomposo de Lago de
Lama Vermelha. Logo vimos que íamos ter dificuldades para aprovar um lago nessas
condições, em plena mata amazônica. A Alunorte então contratou um novo projeto
na Alemanha para disposição dos resíduos da bauxita que contém altos índices de
soda cáustica, o que poderia alterar o pH dos rios da região. O novo projeto recebeu
o nome de Deposito de Rejeitos Sólidos, porque os resíduos seriam transportados
com pouca água para o depósito. Mesmo assim, como aprovar tal projeto na
Secretaria de Meio Ambiente do Pará, com a garotada entusiasmada, mas sem
qualquer conhecimento do produto a ser fabricado e, principalmente, sobre os
rejeitos?
Resolvemos então promover uma
visita com os “ambientalistas” às refinarias brasileiras de alumina: Alcoa,
Alcan e CBA.
A
Alcoa (MA) sequestrou minha máquina fotográfica na portaria para que eu não
pudesse fotografar seu lago de lama. A Alcan (MG) me liberou para mostrar ao
mundo como tratava seus rejeitos e a CBA também não se fez de rogada e deixou
que as lentes ávidas da minha Minolta 1000 registrassem os detalhes de seus
depósitos.
Após
as visitas e o conhecimento das tecnologias de disposição dos rejeitos de
bauxita, deixamos a equipe de meio ambiente no Rio de Janeiro, para um fim de
semana pago, para conhecer a cidade Maravilhosa, já que paraense também não é de
ferro. Presenteei-os com meu
livro Biogás, um projeto de saneamento urbano,
sucesso de público e de critica na época, tendo valido o meu marketing de
ecologista para obter finalmente a nossa licença de implantação.
Depósitos de rejeitos da Alunorte, em Barcarena-Pará
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