sexta-feira, 11 de setembro de 2015

APOSENTADOS, ESSES VAGABUNDOS

APOSENTADOS, ESSES VAGABUNDOS

            No princípio era o verbo e o verbo se fez carne e habitou entre nós. Ou seja, no princípio havia varias instituições previdenciárias como a dos comerciários, ferroviários, industriários, bancários, portuários, mas uma roubalheira só. O governo militar juntou tudo em um único instituto e surgiu o INPS em 1966. Em 1990, o INPS fundiu-se com o IAPAS e virou INSS. O INAMPS que funcionava junto como INPS foi extinto e passou a ser coberto pelo SUS.
            O INSS permitia a contribuição máxima sobre 10 SM, mas passou para 20 SM por um tempo e depois voltou aos 10 SM novamente, mas ai virou um tal de salário de referencia, abaixo do piso do salário mínimo, só para garfar benefícios dos trabalhadores.
            O INSS virou um gigante de fraudes e corrupção e disputado pelos partidos políticos.  De lá para cá surgiram centenas de Jorginas mancomunadas com funcionários, procuradores e até o judiciário para roubarem os trabalhadores. A contribuição dos empregados é de 10% e a dos empregadores 20%, uma puta taxa para administrar o Instituto. As construtoras, geralmente, cobram 15% de taxa de administração para construir obras, que inclui uma baita responsabilidade civil, técnica e financeira e ainda tem o seu lucro embutido nesse percentual.
            Mas tudo que é administrado pelo governo torna-se insuficiente, e entra governo sai governo eles entendem que nós contribuintes temos que arcar com suas mazelas. Os ricos também se aposentam pelo INSS, mas não dependem desse beneficio; os pobres, de salário mínimo recebem integralmente o seu beneficio e sempre corrigido acima da inflação.
             Cabe à classe média financiar a base da pirâmide, com o seu famigerado salário de referencia que mal recebe a correção de uma inflação manipulada pelo governo.
            Nos últimos 26 anos, pós-ditadura, não há um presidente da república que não implique com os aposentados, considerados os vilões da economia. Isso se deveu a ocorrência de benefícios em massa de aposentados que requereram seus direitos. Até então o sistema só arrecadava e passou a pagar benefícios, porém os recursos que confiamos ao governo foram desviados de varias formas.
            Vira e mexe surge um salvador da pátria (à custa dos aposentados, é claro). Em 1992, o ministro do trabalho e da Previdência de Collor, elegeu os aposentados como vilões da inflação, assim como fez Delfim Neto quando culpou os proprietários de carros como vilões na época da crise do petróleo.
             Mais uma vez a classe média é a vilã dos erros da economia. Ninguém é a favor de aposentadorias escandalosas como temos verificado no judiciário. Depois de aposentado, o juiz não precisa ganhar mais o salario que recebe na ativa (para não ser corrompido, como alegam). As desculpas de carro, gasolina, ajuda de custo, terno, engraxate não se justifica mais. Voltando ao ministro de Collor, ele chegou a sugerir reduzir o teto da aposentadoria para 5 ou mesmo 2 salários. E mandou o recado dele: quem quisesse mais que contratasse uma previdência privada — daquelas que vão à falência (por fraude, claro) e deixa o contribuinte a beira de um colapso, quiçá da morte.
             Ele não teve coragem de denunciar a aposentadoria de juízes, do legislativo, do executivo.  O aposentado do INSS não pode ir para casa, ele tem que esvair sua ultima gota de sangue no batente gerando receita para as futuras gerações, que são lesadas concomitantemente, no sentido mais perverso do sistema ora vigente. Ora, esse ministro vive até hoje pulando de galho em galho nos empregos públicos, ganhando altos salários e com uma aposentadoria nas alturas. Por ironia, os funcionários do INSS, que pagamos para administrar nossos recursos, têm aposentadorias de dar inveja a Lula, os procuradores, então, nem se fala. Estamos cansados dos argumentos terroristas que a previdência vai falir, mas eles jamais falam em reduzir as suas próprias aposentadorias. Os aposentados que continuam na ativa continuam descontando para o INSS sem ter qualquer beneficio com isso e enchendo o caixa da previdência que ainda reclama do que lhe paga.
            Finalmente, para humilhar de vez o aposentado, FHC mandou “Vá trabalhar vagabundos” e tascou o famigerado fator previdenciário em cima dos velhinhos e moribundos.  Assim, FHC entregou de bandeja os votos dos aposentados e trabalhadores para o malandro que veio das caatingas nordestinas.
            Lula ficou milionário, Lulinha ficou milionário, Zé Dirceu ficou milionário e Dilma nunca prestou contas do cofre de Ademar de Barros com 14 milhões de dólares. Agora ela, Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Mercadante querem mais uma vez ferrar os aposentados.
            E o FHC se aposentou aos 37 tendo trabalhado 12 anos como professor, recebendo hoje mais de 22 mil reais além do salario de ex-presidente da república.
            E o Lula, além de receber do INSS incríveis quase dois salários tetos recebe como ex-presidente da republica, como presidente de honra do PT e mais algumas verbas de empreiteiros.

            A solução para o déficit da Previdência é privatizar sua administração, ficando o INSS como agência reguladora.

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