APOSENTADOS, ESSES VAGABUNDOS
No princípio era o verbo e o verbo se
fez carne e habitou entre nós. Ou seja, no princípio havia varias instituições previdenciárias
como a dos comerciários, ferroviários, industriários, bancários, portuários,
mas uma roubalheira só. O governo militar juntou tudo em um único instituto e
surgiu o INPS em 1966. Em 1990, o INPS fundiu-se com o IAPAS e virou INSS. O INAMPS
que funcionava junto como INPS foi extinto e passou a ser coberto pelo SUS.
O INSS permitia a contribuição máxima
sobre 10 SM, mas passou para 20 SM por um tempo e depois voltou aos 10 SM novamente,
mas ai virou um tal de salário de referencia, abaixo do piso do salário mínimo,
só para garfar benefícios dos trabalhadores.
O INSS virou um gigante de fraudes e
corrupção e disputado pelos partidos políticos.
De lá para cá surgiram centenas de Jorginas mancomunadas com
funcionários, procuradores e até o judiciário para roubarem os trabalhadores. A
contribuição dos empregados é de 10% e a dos empregadores 20%, uma puta taxa
para administrar o Instituto. As construtoras, geralmente, cobram 15% de taxa
de administração para construir obras, que inclui uma baita responsabilidade civil,
técnica e financeira e ainda tem o seu lucro embutido nesse percentual.
Mas tudo que é administrado pelo
governo torna-se insuficiente, e entra governo sai governo eles entendem que
nós contribuintes temos que arcar com suas mazelas. Os ricos também se aposentam
pelo INSS, mas não dependem desse beneficio; os pobres, de salário mínimo recebem
integralmente o seu beneficio e sempre corrigido acima da inflação.
Cabe à classe média financiar a base da
pirâmide, com o seu famigerado salário de referencia que mal recebe a correção
de uma inflação manipulada pelo governo.
Nos últimos 26 anos, pós-ditadura, não
há um presidente da república que não implique com os aposentados, considerados
os vilões da economia. Isso se deveu a ocorrência de benefícios em massa de aposentados
que requereram seus direitos. Até então o sistema só arrecadava e passou a pagar
benefícios, porém os recursos que confiamos ao governo foram desviados de varias
formas.
Vira e mexe surge um salvador da
pátria (à custa dos aposentados, é claro). Em 1992, o ministro do trabalho e da
Previdência de Collor, elegeu os aposentados como vilões da inflação, assim
como fez Delfim Neto quando culpou os proprietários de carros como vilões na época
da crise do petróleo.
Mais uma vez a classe média é a vilã dos erros
da economia. Ninguém é a favor de aposentadorias escandalosas como temos
verificado no judiciário. Depois de aposentado, o juiz não precisa ganhar mais o
salario que recebe na ativa (para não ser corrompido, como alegam). As
desculpas de carro, gasolina, ajuda de custo, terno, engraxate não se justifica
mais. Voltando ao ministro de Collor, ele chegou a sugerir reduzir o teto da aposentadoria
para 5 ou mesmo 2 salários. E mandou o recado dele: quem quisesse mais que contratasse
uma previdência privada — daquelas que vão à falência (por fraude, claro) e deixa
o contribuinte a beira de um colapso, quiçá da morte.
Ele não teve coragem de denunciar a aposentadoria
de juízes, do legislativo, do executivo.
O aposentado do INSS não pode ir para casa, ele tem que esvair sua
ultima gota de sangue no batente gerando receita para as futuras gerações, que
são lesadas concomitantemente, no sentido mais perverso do sistema ora vigente.
Ora, esse ministro vive até hoje pulando de galho em galho nos empregos públicos,
ganhando altos salários e com uma aposentadoria nas alturas. Por ironia, os
funcionários do INSS, que pagamos para administrar nossos recursos, têm
aposentadorias de dar inveja a Lula, os procuradores, então, nem se fala. Estamos
cansados dos argumentos terroristas que a previdência vai falir, mas eles jamais
falam em reduzir as suas próprias aposentadorias. Os aposentados que continuam
na ativa continuam descontando para o INSS sem ter qualquer beneficio com isso
e enchendo o caixa da previdência que ainda reclama do que lhe paga.
Finalmente, para humilhar de vez o
aposentado, FHC mandou “Vá trabalhar vagabundos” e tascou o famigerado fator
previdenciário em cima dos velhinhos e moribundos. Assim, FHC entregou de bandeja os votos dos aposentados
e trabalhadores para o malandro que veio das caatingas nordestinas.
Lula ficou milionário, Lulinha ficou
milionário, Zé Dirceu ficou milionário e Dilma nunca prestou contas do cofre de
Ademar de Barros com 14 milhões de dólares. Agora ela, Joaquim Levy, Nelson Barbosa
e Mercadante querem mais uma vez ferrar os aposentados.
E o FHC se aposentou aos 37 tendo trabalhado
12 anos como professor, recebendo hoje mais de 22 mil reais além do salario de
ex-presidente da república.
E o Lula, além de receber do INSS incríveis
quase dois salários tetos recebe como ex-presidente da republica, como presidente
de honra do PT e mais algumas verbas de empreiteiros.
A solução para o déficit da Previdência
é privatizar sua administração, ficando o INSS como agência reguladora.
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